As tecnologias disruptivas: hidrogênio e CCUS
Podemos distinguir dois grandes campos de aplicação: a tecnologia como meio de evitar as emissões de CO2 originadas pelos processos industriais em si; e a tecnologia como meio de capturar o CO2 produzido pela indústria.
A estratégia de evitar as emissões é, hoje, encarnada por uma tecnologia em particular: o hidrogênio "baixo-carbono", também chamado de hidrogênio "verde". Esse gás, produzido a partir de eletricidade e água, é apresentado como uma alternativa às energias fósseis. O principal argumento: sua produção e utilização emitem pouco CO2.
A estratégia de captura do CO2 é conhecida pelo acrônimo em inglês "CCUS", que significa Carbon Capture, Utilization and Storage. Ou, em francês, captura, armazenamento e utilização de carbono. A ideia? Para que o carbono emitido pela indústria não se disperse e aqueça a atmosfera, ele é capturado por meio de tecnologias de ponta e depois armazenado no solo, injetando-o em cavidades subterrâneas. Em resumo, ele é imobilizado sob a terra. Três técnicas de captura de CO2 estão sendo estudadas atualmente (pré-combustão, oxi-combustão e pós-combustão).
Contudo, essa tecnologia disruptiva não é unanimemente aceita. Primeiro, porque hoje ela é apenas uma solução complementar: não permite uma redução massiva das emissões de CO2. Em segundo lugar, porque é cara e, às vezes, muito consumidora de energia. E, por fim, porque pode acabar sendo uma desculpa ou uma incitação a não enfrentar a raiz do problema: o CO2 que deve ser, primeiro, evitado de ser produzido.
Nota: O hidrogênio verde é sempre baixo-carbono, mas o contrário não é verdadeiro. Por exemplo, o hidrogênio proveniente de eletricidade nuclear será mais baixo-carbono do que o hidrogênio proveniente de fontes renováveis como solar e eólica, mas não será considerado hidrogênio verde. Neste caso, fala-se de hidrogênio amarelo.