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O desafio da descarbonização da indústria

A descarbonização da indústria visa diminuir o impacto de carbono de uma atividade econômica. Os meios para alcançar isso são múltiplos...

Carbono neutro, baixo carbono, carbono negativo, net-zero… Nos últimos anos, um novo vocabulário, complexo, tem enriquecido nosso campo lexical. Essas palavras e expressões, que cobrem realidades distintas, todas envolvem o mesmo desafio: a grande caça ao dióxido de carbono.

Uma palavra em particular, adotada pelos governos, cientistas e empresas, resume hoje esse processo indispensável: a descarbonização da indústria. O termo "descarbonização" também é relativamente recente, já que só entrou (na França) no dicionário em... 2012! Esse substantivo, que precisou ser inventado, refere-se "ao conjunto de ações visando reduzir o consumo de energias fósseis e a emissão de dióxido de carbono de um país, economia, empresa, etc." (Larousse).

A descarbonização, também chamada por vezes de "descarbonização" (mas em francês o uso preferido foi o primeiro termo), é também uma questão de lei. Em 2015, a França adotou a Estratégia Nacional de Baixo Carbono, criada pela Lei de Transição Energética para o Crescimento Verde (LTECV). Também está na Lei de Energia e Clima de 8 de novembro de 2019.

Para um setor econômico em particular, o que nos interessa aqui, a tarefa é imensa: é a indústria. Ela, que consome milhões de toneladas de matérias-primas e energias fósseis diariamente, terá muito trabalho pela frente...

Por que descarbonizar a indústria?

O coração pulsante do sistema produtivo, a indústria também é (no mundo) a quarta atividade mais poluente das nossas economias, ficando atrás do transporte (em 1º lugar), da agricultura, silvicultura e outros usos da terra (2º lugar) e da construção (3º lugar). Portanto, a descarbonização da indústria é uma necessidade. E as razões são várias:

Levar em conta o desafio climático

A luta contra o aquecimento global, nos dizem os cientistas, passa por uma prioridade absoluta: a redução das emissões de gases de efeito estufa causadas pelas atividades humanas. Portanto, a descarbonização da indústria é, em primeiro lugar, um desafio climático.
O objetivo global é, aliás, mensurável: a França se comprometeu a reduzir suas emissões de GEE em 55% até 2030 (em comparação com 1990) e atingir a neutralidade de carbono até 2050. A indústria, como todos os outros setores econômicos, tem sua parte a desempenhar. Pois somente com os esforços conjuntos de todos os atores econômicos será possível limitar o aquecimento global e suas consequências (queda na produtividade agrícola, inflação de alimentos, migrações climáticas, crises econômicas…).

Melhorar sua resiliência e preservar sua competitividade

Além dos benefícios ecológicos, a descarbonização tem outras vantagens para a indústria. Ela permite, em primeiro lugar, aumentar sua resiliência (capacidade de superar crises) frente a choques energéticos, por meio de uma maior independência energética. Ao depender menos de energias fósseis (petróleo, gás, carvão, etc.), os industriais se protegem contra os riscos e incertezas associados aos mercados de matérias-primas, muito sensíveis a eventos internacionais (conflitos armados, comerciais, crises políticas etc.).
A descarbonização também permite que os industriais preservem ou até aumentem sua competitividade. Primeiro, porque a demanda (da sociedade, dos consumidores, das empresas, etc.) cada vez mais leva em conta os critérios ecológicos: justificar uma produção descarbonizada tornou-se, assim, uma vantagem comparativa e um argumento comercial. Um argumento do qual muitas empresas não gostariam de abrir mão! Depois, porque o preço das energias fósseis, cujos estoques estão se esgotando, aumentará mecanicamente.
Finalmente, como ressaltam os economistas, a descarbonização da indústria está associada à criação de empregos e revitalização territorial.

Processo industrial e energia consumida

É importante identificar e distinguir as duas grandes fontes de emissões de CO2 emitidas pela indústria e pelas empresas. Elas provêm, por um lado, dos próprios processos industriais: a reação química de certas misturas originando um novo material (como o cimento); a fusão de um metal, etc.
Por outro lado, da utilização de energia carbonada necessária para esses processos industriais: a eletricidade, se por exemplo proveniente de uma central a carvão, que alimenta a fábrica; o coque queimado nos altos-fornos para produzir aço; o óleo combustível que alimenta uma máquina, etc.

Indústria pesada e indústria leve

Também é necessário distinguir os dois principais tipos de indústrias.
Há a indústria pesada. Esta é, obviamente, a que mais urgentemente precisa de descarbonização. A indústria pesada representa, de fato, 75% das emissões totais de GEE industriais. Três setores, em particular, emitem muito: a química (25% das emissões totais da indústria!, segundo a ADEME), a siderurgia (22%), e os materiais de construção, como o cimento (12%), o alumínio (5%), ou ainda o vidro, o tijolo e a cal.
E então temos a indústria leve, que representa 25% das emissões totais de GEE industriais. Aqui se encontram as empresas do setor alimentício, os fabricantes de automóveis, os fabricantes têxteis ou o setor eletrônico.

Quais são os meios disponíveis para a descarbonização da indústria?

Comecemos com uma precisão prévia: atualmente, não há um consenso sólido sobre o exato caminho a seguir para descarbonizar a indústria e a economia em geral. Alguns apostam tudo na inovação tecnológica, outros acreditam que é necessário consumir e produzir menos. Uma coisa é certa, e esta é a boa notícia: as opções são múltiplas. Podemos destacar dois grandes eixos: a sobriedade e a evolução tecnológica.

Le défi de la décarbonation de l’industrie

A sobriedade das empresas

Descarbonizar a indústria agindo na fonte: produzir simplesmente menos daquilo que emite CO2.

E limitar, ao máximo, o consumo dos materiais provenientes dos três principais setores emissores: química, materiais de construção e metalurgia. Isso significa, entre outras coisas, construir menos, mas melhor (evitando, se possível, o concreto, que é altamente poluente), produzir de forma mais compacta (como por exemplo, os carros), e mais durável.
Projetos relacionados à reparação, ao trabalho na durabilidade dos produtos, à economia da funcionalidade, são práticas que começam a se inscrever nesse processo do “menos, mas melhor”.

A evolução tecnológica

Os "progressos contínuos"

Les spécialistes nomment Os especialistas chamam de "progressos contínuos" aquelas medidas que tornam mais virtuosos os processos e práticas existentes. Trata-se, principalmente, de acelerar o abandono das energias fósseis.
No centro desses progressos contínuos, encontramos:

A melhoria da eficiência energética (através da renovação das caldeiras, uso de bombas de calor, ou investimento em máquinas mais econômicas);

A eletrificação dos processos industriais (como substituir, por exemplo, uma máquina que funciona a óleo por uma que funcione à eletricidade);

A transição para combustíveis não fósseis (como biomassa ou biogás);

O uso de energias renováveis (por meio da instalação de painéis solares ou da compra de eletricidade eólica);

Ou ainda a adoção de planos de mobilidade descarbonizada (ao favorecer o carpooling dos colaboradores, o home office, a direção ecológica e a redução dos deslocamentos).« progrès continus » ces mesures qui rendent plus vertueux des pratiques et des procédés existants. Il s’agit surtout, ici, d’accélérer l’abandon des énergies fossiles.
Au cœur de ces progrès continus, on trouve :
. l’amélioration de l’efficacité énergétique (via la rénovation des chaudières, l’utilisation de pompes à chaleur, ou l’investissement dans des machines moins gourmandes) ;
. l’électrification des procédés industriels (en remplaçant par exemple une machine qui tourne au fioul par une fonctionnant à l’électricité) ;
. la transition vers des combustibles non-fossiles (comme la biomasse ou le biogaz) ;
. le recours aux énergies renouvelables (grâce à l’installation de panneaux solaires ou l’achat d’électricité éolienne) ;
. ou encore l’adoption de plans de mobilité décarbonée (en favorisant le covoiturage des collaborateurs, le télétravail, l’écoconduite et la réduction des déplacements).

As tecnologias disruptivas: hidrogênio e CCUS

Podemos distinguir dois grandes campos de aplicação: a tecnologia como meio de evitar as emissões de CO2 originadas pelos processos industriais em si; e a tecnologia como meio de capturar o CO2 produzido pela indústria.

A estratégia de evitar as emissões é, hoje, encarnada por uma tecnologia em particular: o hidrogênio "baixo-carbono", também chamado de hidrogênio "verde". Esse gás, produzido a partir de eletricidade e água, é apresentado como uma alternativa às energias fósseis. O principal argumento: sua produção e utilização emitem pouco CO2.

A estratégia de captura do CO2 é conhecida pelo acrônimo em inglês "CCUS", que significa Carbon Capture, Utilization and Storage. Ou, em francês, captura, armazenamento e utilização de carbono. A ideia? Para que o carbono emitido pela indústria não se disperse e aqueça a atmosfera, ele é capturado por meio de tecnologias de ponta e depois armazenado no solo, injetando-o em cavidades subterrâneas. Em resumo, ele é imobilizado sob a terra. Três técnicas de captura de CO2 estão sendo estudadas atualmente (pré-combustão, oxi-combustão e pós-combustão).

Contudo, essa tecnologia disruptiva não é unanimemente aceita. Primeiro, porque hoje ela é apenas uma solução complementar: não permite uma redução massiva das emissões de CO2. Em segundo lugar, porque é cara e, às vezes, muito consumidora de energia. E, por fim, porque pode acabar sendo uma desculpa ou uma incitação a não enfrentar a raiz do problema: o CO2 que deve ser, primeiro, evitado de ser produzido.

Nota: O hidrogênio verde é sempre baixo-carbono, mas o contrário não é verdadeiro. Por exemplo, o hidrogênio proveniente de eletricidade nuclear será mais baixo-carbono do que o hidrogênio proveniente de fontes renováveis como solar e eólica, mas não será considerado hidrogênio verde. Neste caso, fala-se de hidrogênio amarelo.

Le défi de la décarbonation de l’industrie

O impulso da União Europeia

Para incentivar e acelerar o desenvolvimento de atividades de captura de carbono efetivas e de qualidade na UE, a Comissão Europeia propôs, em novembro de 2022, a criação de um sistema de certificação em nível da UE. O Parlamento aprovou em abril de 2024.

A nova lei cobre diferentes meios de reduzir o carbono: o armazenamento permanente de carbono por meio das tecnologias industriais, o armazenamento de carbono em produtos de longa durabilidade e a agricultura de carbono, que inclui a redução das emissões provenientes do solo.

Para ser certificada, a absorção permanente de carbono deve permitir o armazenamento do carbono por vários séculos. Os produtos devem permitir a eliminação do carbono da atmosfera por pelo menos 35 anos. As atividades de cultivo de carbono devem ser mantidas por pelo menos cinco anos.

A descarbonização industrial passa, na realidade, e é provavelmente aí que reside todo o desafio, pela ativação simultânea de todos esses meios. Em resumo, entre os progressos tecnológicos e a sobriedade, não se deve escolher, acredita o mundo da pesquisa: as empresas devem fazer os dois.

Picture of solar panel

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Because the use of renewable energy sources is essential to drastically reducing the CO2 impact.

Décarboner le transport de marchandises

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