10 Perguntas Essenciais sobre a Economia Circular

A economia circular é um modelo econômico projetado para estender a vida útil de um mesmo produto o máximo de vezes possível, em contraste com a economia linear tradicional.

A abordagem do modelo linear é baseada no esquema padrão "extrair → fabricar → consumir → descartar", o que implica no consumo de grandes quantidades de recursos naturais e na geração de resíduos ao final do ciclo de vida do produto.

O modelo circular envolve:

- Eco-design (projetar produtos para que sejam mais duráveis, reparáveis ou recicláveis),
- Reutilização e reparo (incentivar a reutilização e a manutenção dos produtos para evitar seu descarte prematuro),
- Reciclagem (transformar materiais no final de sua vida útil em novos recursos),
- Compartilhamento e sistema produto-serviço (promover aluguel de produtos e o mercado de segunda mão).

A transição de uma economia tradicional para um modelo circular é uma transformação profunda que envolve, simultaneamente, vários desafios estruturais, organizacionais e culturais.

Podemos observar diferentes questões, como as mencionadas na pergunta anterior: eco-design, reutilização, reciclagem...

Do ponto de vista das empresas, trata-se também de repensar a cadeia de suprimentos (considerando, em especial, a rastreabilidade dos produtos e até o armazenamento de produtos de segunda mão), além de revisar seu modelo de negócios (substituindo a venda de produtos por um modelo baseado em serviços, aluguel ou assinatura).

É uma mudança de grande alcance que impacta equipes, parceiros e consumidores (conscientização, mudança de hábitos de compra e venda etc.).

 A economia circular pode ser aplicada a quase qualquer tipo de produto, seja eletrônicos, vestuário, móveis ou até embalagens. No entanto, cada categoria possui particularidades que exigem abordagens específicas.  

No caso dos produtos eletrônicos, por exemplo, trata-se de projetá-los de forma a torná-los reparáveis, reduzindo assim a necessidade de extração de metais raros para sua fabricação.  

Do ponto de vista do vestuário, a ideia é avançar para roupas mais sustentáveis e recicláveis ou transformá-las em novas fibras quando estiverem desgastadas. No entanto, para isso, a peça precisa ser projetada com esse propósito desde o início e posteriormente encaminhada para o banco de reciclagem adequado.  

Por fim, independentemente do tipo de produto, é necessário um investimento significativo em pesquisa e desenvolvimento para criar produtos mais adaptáveis e fáceis de reparar, prolongando ao máximo sua vida útil.

A economia circular traz inúmeros benefícios ambientais ao repensar a forma como cada um de nós produz, consome e gerencia os recursos.  

Acima de tudo, trata-se de reduzir o desperdício: ao reutilizar, reparar ou reciclar produtos, reduzimos significativamente a quantidade de resíduos gerados. Transformar, por exemplo, roupas desgastadas em novas fibras ou reutilizar materiais de construção evita que esses materiais acabem em aterros sanitários ou sejam incinerados.  

Além disso, a demanda por matérias-primas torna-se mais limitada, já que a ideia é aproveitar ao máximo os recursos existentes. Como resultado, há menos pressão sobre os ecossistemas e a biodiversidade.  

A extração reduzida de matérias-primas também ajuda a diminuir as emissões de gases de efeito estufa associadas a esses processos. De maneira geral, trata-se de desacelerar o esgotamento dos recursos naturais.  

Menos resíduos significam menor pressão sobre os recursos e menos poluição. A economia circular representa, portanto, um mecanismo eficaz para reduzir a pegada ambiental das atividades humanas.

Revender e comprar produtos de segunda mão são formas simples e eficazes de reduzir sua pegada de carbono... enquanto você economiza!

Produzir novos itens (roupas, móveis, dispositivos eletrônicos etc.) consome muitos recursos naturais e energia.

Quando você opta pela versão "segunda mão" (ou terceira mão, quarta mão...), maximiza seu uso e evita que esses produtos se tornem resíduos prematuramente. Isso resulta em menos necessidade de produção e, portanto, menos recursos extraídos e menos poluição gerada.

Como mencionado anteriormente, reduzir o desperdício a ser processado é tão benéfico para o meio ambiente quanto para a comunidade.

Quais são os benefícios para mim, como consumidor, ao "aderir" à economia circular?

Optar pela economia circular também é uma maneira de economizar dinheiro: de fato, comprar produtos de segunda mão, alugar ou escolher produtos reparáveis geralmente custa menos do que comprar novos ou substituir objetos com frequência.

Bônus adicional: ao escolher esses tipos de produtos, você está investindo em itens mais duráveis e confiáveis.

Outro benefício, que não deve ser negligenciado, é a maior flexibilidade. Com o aluguel de produtos, assinatura, você usa os produtos quando precisa, sem precisar armazená-los ou se preocupar com sua manutenção!
Em resumo, você está entrando em um ciclo virtuoso, enquanto economiza dinheiro.

Plástico, metal (raros ou não), água, solo... Eliminar a etapa de extração/fabricação tem muitas vantagens! Seja economizando água ou plástico, toda vez que um objeto é reparado/vendido/alugado, os recursos não serão consumidos. Podemos mencionar, em particular, a água (ao optar por roupas de segunda mão ou recicladas, reduzimos a demanda por novos produtos e, portanto, a água usada em sua fabricação) ou até combustíveis fósseis (petróleo, carvão, gás natural...) que são utilizados na fabricação de muitos produtos, levando a emissões maciças de gases de efeito estufa.

• Redução direta de resíduos enviados para aterros sanitários
  Muitos produtos acabam em aterros quando poderiam ser reutilizados ou reciclados. O desperdício contribui para a poluição do solo, da água e do ar. Ao comprar de volta e recondicionar produtos desgastados, evitamos que eles sejam descartados prematuramente.
• Reutilização de recursos existentes
  Produtos no final da vida útil contêm materiais valiosos (metais raros, plásticos de alta qualidade) que podem ser reutilizados. Serviços de recondicionamento ajudam a colocar esses materiais de volta em circulação sem a extração de novos recursos, limitando os impactos ambientais associados à extração, como desmatamento e poluição.

Falamos sobre emissões evitadas como parte da economia circular porque esse modelo limita a emissão de gases de efeito estufa (GEE) em várias etapas do ciclo de vida dos produtos, adotando práticas como reutilização, reparo ou reciclagem.

Essas emissões, que seriam liberadas no modelo econômico linear, são assim "evitadas" graças às soluções sustentáveis.

Como vimos, a economia circular apresenta várias vantagens. Ela pode, subsequentemente, desempenhar um papel no combate às mudanças climáticas, transformando a forma como produzimos e consumimos.

Redução das emissões associadas à produção
Ao prolongar a vida útil dos produtos (por meio de reparos, reutilização, recondicionamento) e ao favorecer o uso de materiais reciclados, a economia circular reduz a demanda por novas matérias-primas. Isso diminui as emissões de gases de efeito estufa associadas à extração, transformação e transporte desses recursos.

Menos resíduos e metano
Ao reduzir os resíduos enviados para aterros sanitários, a economia circular limita as emissões de metano, um gás de efeito estufa proveniente da decomposição de materiais orgânicos em aterros.

Otimização do uso de energia
Processos industriais circulares, como reciclagem ou subprodutos, geralmente consomem menos energia do que a fabricação a partir de matérias-primas virgens, o que reduz as emissões associadas à produção de energia.

Incentivo ao uso de energia renovável
A economia circular incentiva o uso de sistemas de energia locais e sustentáveis, como painéis solares recicláveis ou tecnologias que utilizam materiais renováveis.

Um modelo de consumo mais eficiente em termos energéticos
Ao adotar práticas como aluguel de produtos, compartilhamento ou compra de segunda mão, os consumidores reduzem a demanda por novos produtos. Isso limita as emissões associadas à produção de bens que muitas vezes são subutilizados no modelo tradicional.

Emissões evitadas
Quando empresas ou consumidores preferem um produto recondicionado em vez de um novo ou estendem a vida útil de um produto, as emissões que seriam geradas pela produção de um item novo são evitadas.