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Podemos reciclar sapatos?

Os sapatos são complicados de valorizar e, por muito tempo, foram amplamente esquecidos em comparação com a reciclagem de têxteis. Mas as coisas estão começando a mudar, e as técnicas estão sendo aprimoradas para dar àquele velho par de tênis uma nova vida que ele merece.

Pontos a serem lembrados:

Pontos a serem lembrados:

  • Atualmente, nenhum sapato pode ser considerado reciclável. É mais apropriado falar em valorização: recuperação de energia, reutilização como isolamento ou revestimento de pisos em instalações esportivas, entre outros.
  • Calçados "técnicos" podem ser depositados em contêineres de reciclagem de artigos esportivos (na entrada de lojas de esportes), enquanto calçados "comuns" podem ser levados para pontos de coleta específicos.
  • Tecnologias estão emergindo para otimizar a reciclagem de sapatos, mas ainda estão nos estágios iniciais de desenvolvimento.
  • Sapatos desgastados não são como qualquer outro tipo de resíduo: são extremamente difíceis de desmontar.

Os números são impressionantes e resumem, por si só, o desafio econômico e ambiental que carregamos nos pés sem perceber: na França, a cada ano, quase 400 milhões de novos pares de sapatos são comprados... e outros 300 milhões são descartados. Dividindo isso pelo número de habitantes (68 milhões), esses números representam cerca de 6 pares comprados por ano e mais de 4 pares descartados por ano por habitante!

Globalmente, o número de sapatos que anualmente acabam no lixo chegou a 20 bilhões de pares. Na maioria das vezes, eles acabam sendo incinerados ou em aterros sanitários.
Em meio à crise climática (entre outras) e num momento em que nossos estilos de vida precisam evoluir para um modelo mais circular, essa é uma constatação preocupante. Ainda mais considerando que a fabricação e venda de sapatos atualmente representam cerca de 4% das emissões totais de gases de efeito estufa (GEE).

Ao tentar reduzir esse impacto, podemos, é claro, pensar em prolongar a vida útil dos sapatos, cuidando e consertando-os... Mas o que fazer quando eles chegam ao “fim da linha”? Buscamos dar a eles uma nova vida e imaginar um novo caminho: a reciclagem.
Hoje, sua eficácia e disseminação levantam várias questões e desafios.

É possível reciclar sapatos?

Por muito tempo, a resposta foi não... Hoje, ela é mais moderada.
Se a recuperação de algumas partes de sapatos desgastados existe (mas apenas em pequena escala, de forma local e artesanal: uma sola aqui, um par de cadarços ali...), nada significativo ocorreu em grande escala, especialmente em países industrializados, onde os hábitos arraigados do século XX de descartar itens usados ainda prevalecem, sem muita tentativa de valorizá-los.
Mas a boa notícia é que, nos últimos anos, isso começou a mudar: soluções técnicas estão sendo desenvolvidas, e, embora ainda seja complicado falar em reciclagem de sapatos, podemos trabalhar na valorização das matérias-primas.

Existem até vários componentes recuperáveis e passíveis de valorização: borracha, espuma, fibras, couro, têxteis e até ilhoses para cadarços. No entanto, sejamos honestos, esses elementos não podem ser realmente recuperados (principalmente por razões técnicas): apenas a sola pode realmente ser valorizada.

Você pode usar vários localizadores eficazes online para encontrar esses centros inserindo seu endereço e descobrindo os mais próximos. Aqui estão três localizadores eficazes:

o da Agência Francesa de Transição Ecológica (ADEME),
o da Refashion, a organização ambiental da indústria têxtil,
e o da empresa social Le Relais.
Alguns conselhos gerais para facilitar a triagem futura de roupas e sapatos colocados juntos em contêineres e bancos de reciclagem:

Os sapatos devem estar secos.
Os sapatos devem estar emparelhados, com os cadarços amarrados juntos.
Separe os pares desgastados ainda utilizáveis (em um saco separado) dos pares... que estão muito desgastados para serem reutilizados. Isso ajudará os triadores a direcionar os sapatos para reutilização ou reciclagem.
Importante saber: esses contêineres destinam-se à coleta de tênis de corrida, calçados esportivos, sandálias, chinelos, botas... mas não a calçados técnicos, como patins inline, botas de esqui, sapatos de escalada, etc., que devem ser depositados em contêineres de artigos esportivos disponíveis na saída de lojas de esportes.

Como parte do esquema de Responsabilidade Estendida do Produtor (ERP), as organizações ambientais, criadas por produtores e varejistas, são responsáveis por gerenciar o ciclo de vida final dos produtos vendidos no mercado.

O que acontece com os sapatos enviados para a reciclagem?

Você já deve ter entendido que os sapatos depositados em bancos de reciclagem não são, estritamente falando, reciclados. Pelo contrário: 90% dos sapatos coletados são exportados. Eles são entregues a organizações de caridade ou lojas de revenda que os doam ou vendem a preços simbólicos. É uma maneira eficaz de dar uma segunda vida ao produto enquanto contribui para a economia social.

Sapatos que estão muito danificados para serem reutilizados são parcialmente valorizados. As formas de utilização variam amplamente: isolamento para edifícios (a partir das partes têxteis), revestimento para pisos de instalações esportivas (a partir da trituração das solas dos sapatos)...

Uma grande parte dos sapatos é utilizada para recuperação de energia: ao triturá-los, obtém-se o chamado "CSR" (combustível sólido recuperado) ou "RDF" (combustível derivado de resíduos) para abastecer, por exemplo, sistemas de aquecimento distrital.

Vale destacar que todos os sapatos podem, em princípio, ser valorizados, mas utilizam diferentes canais dependendo do tipo de sapato. Por isso, artigos esportivos e de lazer, como botas de esqui, patins, calçados de segurança, entre outros, não podem ser depositados nos pontos de coleta habituais. Eles são coletados, quando possível, através de canais específicos organizados por aqueles que atuam na indústria (fabricantes, vendedores, etc.). Isso representa uma oportunidade real para que esses produtos sejam processados "melhor" em conjunto com produtos semelhantes.

Por que a reciclagem de sapatos ainda não se tornou amplamente difundida?

Ainda há muito progresso a ser feito para estabelecer um verdadeiro setor de reciclagem de sapatos, tanto na França quanto no exterior. Uma das principais razões está no próprio produto: o design atual dos sapatos é extremamente complexo para ser reciclado em escala industrial.

Alguns modelos contam com até 70 materiais diferentes... Criar máquinas capazes de identificar materiais que podem ser valorizados e desmontar os sapatos peça por peça, material por material, e tudo isso em grande escala, é um desafio substancial para os engenheiros.

Os avanços técnicos estão trazendo esperança. Na França, por exemplo, a inovação está em marcha, como demonstra um projeto piloto pioneiro da CETIA (plataforma de inovação dedicada à reciclabilidade de itens têxteis e de couro), uma plataforma de pesquisa e desenvolvimento baseada na região da Nova Aquitânia, da qual a DECATHLON é parceira. Chamado "Re-shoes", este projeto piloto busca automatizar e industrializar a triagem e o desmonte de sapatos com vistas à reciclagem e valorização.
Na prática, trata-se de criar um robô inteligente capaz de separar, com precisão e rapidez, as solas dos sapatos das suas partes superiores (a parte superior do sapato que cobre o pé), aumentando drasticamente o potencial de reciclagem das solas.

Então, o que fazer com nossos tênis velhos?
Idealmente, depois de prolongar sua vida útil e reparar o máximo possível, procuramos contêineres de reciclagem para oferecer a eles uma nova vida. Em resumo, incentivamos a economia circular, que é a chave para reduzir o uso de recursos naturais.

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